terça-feira, 17 de abril de 2012

Noite


Sou filho das sombras
Do ódio e do pavor
O medo que se move, rasteja e impregna
Um fantasma no escuro, um assassino na neblina.

Mútuos sentimentos falsos

Terrível dúvida de pensamentos turvos
Passar a vida procurando rastros,
O significado se dá no frio, na solidão e no oculto.

Um chiste, um lamento, e todo encalço compadece

Verdade seja dita;
O dia só melhora quando a noite aparece.

Testemunhos em vão não irão de ocultar

Pois sou filho do escuro, amante da noite e do azar
Onde só há uma mãe, que pondera e satisfaz
Se rasteja furtiva, em corações oprimidos

Coitos de ideia, estupros distintos.

Só existe uma deusa, nessa posso crer e tocar

Em sereno solene o vento voraz
Acalenta-me e embrulha
Meu corpo frio e satisfeito
Com o enfim final do dia,
Está a mente sombria, contente e sem jeito.



Christian Vinharski

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